Soneto de Copacabana
Copacabana madrugava fria
E, na Avenida Atlântica, sem sono,
Eu caminhava a trilha do abandono
E o sujo meretrício me assistia.
De repente, uma puta me assedia,
Me pega a mão, mas nada eu intenciono.
Agradeço, recuso ser seu dono
Por cinqüenta paus/hora e dou bom dia.
Antes de me deixar seguir meu passo,
Pediu-me com doçura um quente abraço,
Que lhe emprestasse dignidade humana.
Ela encontrou calor numa frieza
Como eu, que tive nojo e vi grandeza
No dia que entendi Copacabana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário