Soneto do Imbecil
Ao que me mira com desprezo morno,
Devolvo uma elegante baixa-estima;
Permito-lhe que me olhe desde cima
E cá embaixo, não dou ódio em retorno.
Não me interesso em arrumar esgrima
Com quem enxerga em mim tolo contorno.
Que julgue-me imprestável, débil, corno,
Tudo que fere o brio e desanima,
Pois não vou convencê-lo do contrário.
Deixo meu imbecil pra que o alcance,
Enquanto meu fulgor segue crescente,
Sem dar mais faces, que eu não sou otário
Pra conceder a todos sempre a chance
De conhecer quem sou inteiramente.
Márvio dos Anjos? Editor e colunista das sextas do jornal Destak, colunista Infiltrado do blog Maria Filó (www.mariafilo.com.br/blog), vocalista do CABARET (www.myspace.com/radiocabaret), poeta.
15.10.03
7.10.03
A Calma Tensa de uma Espera
Da calma tensa de uma espera.
Nunca mais precisaremos tanto
Um do outro quanto agora.
Que ao distrair não te afeiçoes,
A fim de desgastar segundos
Nem te agrades dos minutos
Já passados desse aguardo.
Que se perca o teu relógio
E não assistas mais ao tempo
No seu passo rumo ao sempre,
Pois devagar e vagabundo,
Cada adeus se faz perene,
E enquanto esperas, tarda o mundo.
Para Solanje, que me explicou este poema, cinco anos depois
Corações se partem no caosDa calma tensa de uma espera.
Nunca mais precisaremos tanto
Um do outro quanto agora.
Que ao distrair não te afeiçoes,
A fim de desgastar segundos
Nem te agrades dos minutos
Já passados desse aguardo.
Que se perca o teu relógio
E não assistas mais ao tempo
No seu passo rumo ao sempre,
Pois devagar e vagabundo,
Cada adeus se faz perene,
E enquanto esperas, tarda o mundo.
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