Soneto a um merda
Da vida ele não faz porra nenhuma.
É inútil, nasceu por acidente,
Vive a passeio, o mundo não o sente,
Ninguém o quer por perto ou quer que suma.
Quem convive com ele se acostuma
À sua ausência até quando presente;
Não brilha, não consola, não ressente,
Nunca a ninguém fez diferença alguma.
Desperdiça na terra cada instante
Solto no espaço-tempo, agonizante,
E, podendo ser muito, quis ser médio.
Um estorvo imbecil, quase-abortado,
Mediocremente vivo, um entediado
Que soube achar conforto amando o tédio.
Um comentário:
Um tapão na cara...
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