3.11.01

Soneto a um merda

Da vida ele não faz porra nenhuma.
É inútil, nasceu por acidente,
Vive a passeio, o mundo não o sente,
Ninguém o quer por perto ou quer que suma.

Quem convive com ele se acostuma
À sua ausência até quando presente;
Não brilha, não consola, não ressente,
Nunca a ninguém fez diferença alguma.

Desperdiça na terra cada instante
Solto no espaço-tempo, agonizante,
E, podendo ser muito, quis ser médio.

Um estorvo imbecil, quase-abortado,
Mediocremente vivo, um entediado
Que soube achar conforto amando o tédio.

Um comentário:

Unknown disse...

Um tapão na cara...