22.9.01

Soneto atropelado
A uma garotinha blasée da faculdade

Quando ouço a valsa do teu ir e vir,
Emudeço e permito que teus passos
Toquem nos corredores os compassos
Que ainda não me acostumei a ouvir.

Espectador, me perco ao assistir
À linda sinfonia dos teus traços...
...faria tudo até dar-te uns amassos,
Mas güento a onda e esforço-me em fingir.

O foda é que és escrota pra caralho:
Desfilas sonsa em vestidinho preto
Sem deixar nem um pouco de esperança,

Desconcentras a mesa de baralho
E (embora eu viesse bem), com tal lembrança,
Acabei destruindo um bom soneto.

Nenhum comentário: