12.8.13

Pablo Capilé e a verdade sobre sua política de não pagar cachês



1. Quem sou
Meu nome é Márvio dos Anjos. Sou hoje mais conhecido como jornalista (com passagens por TV Globo, Folha de S.Paulo, Jornal do Brasil); hoje diretor editorial do jornal Destak e colunista do GloboEsporte.com.

Mas já fui muito atuante como cantor e compositor das bandas Glamourama (2002/03) e Cabaret (2004-último show em 2010). O Cabaret hoje se encontra desativado, sem shows na agenda, e com um disco gravado em 2009, mas ainda inédito.
Entre 2003 e 2009, toquei em 10 capitais do país, participei de programas de TV (Programa do Jô, Código MTV) e participei de muitos festivais independentes: Mada (Natal), Calango (Cuiabá), Mundo (João Pessoa), Se Rasgum no Rock (Belém), Panela Rock (Fortaleza), Ruído (Rio), Grito Rock (Rio), Vaca Amarela (Goiânia).


Nunca tive um produtor, ou agente. Nunca fui organizador de festival. Tanto Glamourama quanto Cabaret foram produzidos por mim mesmo até a minha desistência diante das portas que se fechavam no circuito, à medida que comecei a criticar as mudanças de rumo, que considero até hoje de má-fé. Não sou filiado a partido algum.

É com base nessas experiências que analiso Pablo Capilé e o Fora do Eixo. Sou crítico de primeira hora, desde 2008, quando percebi as mudanças de rumo que aconteciam em tudo que eles contaminavam com uma política perversa de apropriações de capital cultural e de dinheiro público.




2. A verdade sobre Pablo Capilé e a política de não pagar cachês

Em 9 de agosto deste ano, Pablo Capilé, bombardeado por denúncias desde a aparição do Mídia Ninja no Roda Viva, deu sua opinião em relação ao não-pagamento de cachês. Disse ao UOL que defende a remuneração de artistas. (Leia aqui)

Só se mudou de ideia. Porque no exato momento em que os festivais da Abrafin ganharam dinheiro da Petrobras (o 1o. edital é de 2007, o festival dele passa a ser beneficiado em 2008), ele passou a defender que os artistas mais novos e menos conhecidos - que tocavam por apenas 20 minutos nos festivais - não ganhassem passagem nem cachê. 


(A Abrafin é a Associação Brasileira de Festivais Independentes, criada em 2005 para negociar fomentos em bloco)

Capilé dizia da forma mais absolutamente cínica possível, e não apenas em uma entrevista, que artista iniciante não deveria cobrar cachê. Era uma política institucional do Fora do Eixo e seus festivais rezavam por essa cartilha.



Aliás, sobre pagar cachês, o texto do 1o. edital da Petrobras para Festivais (2007) era bem claro no que tange o seu 11o. pré-requisito: 

"Todos os artistas devem ser remunerados."

Veja neste vídeo de 2008 como carismático Pablo Capilé se outorga o juízo, com direito a slogan, de delimitar em que circunstâncias um artista é artista para aquele "momento". 

 
Esse vídeo é de 2008, quando o orçamento do Festival Calango, apoiado pela Petrobras e outras fontes, JÁ ERA de R$ 600 mil. 


Nesse mesmo ano, numa palestra do Abril Pro Rock (que tinha orçamento de R$ 1 milhão, engordado pela Petrobras), eu testemunhei Capilé dizer a mesma coisa: foi no auditório da Livraria Cultura. Eu cobria os shows para a Folha de S. Paulo. 

Não acreditei quando ouvi. Fui interpelá-lo depois. Disse-lhe que ele era criminoso em dizer isso num momento em que o dinheiro da Petrobras começava a fluir. Para ele, o importante era ver a cena crescer e depois quem sabe repartir.



Não foi uma politica momentânea. Dois anos depois, a opinião dele não mudava. Pablo, já com a maioria na Abrafin, deu estas declarações ao zine "O Inimigo", se autodenominando sem qualquer pudor:



"(...) [é preciso] entender os festivais mais como mostra do que como plano de sustentabilidade financeira. Eu sou dentro da ABRAFIN um defensor de que não se deveria pagar cachê as bandas. Festival é uma mostra." (extraído do blog de Rogério Skylab)


3. Por que o argumento de que o cachê inviabiliza o festival é uma falácia? 

a.Quem capta para qualquer evento cultural sabe que o cachê e as passagens são parte dos encargos: senão você está repassando o prejuízo para o artista e, em vez de contribuir para quem realmente move a cultura, você está apenas se aproveitando da ânsia de visibilidade que normalmente o artista novo tem. E aquele edital deixava bem claro que o artista tinha que ser remunerado.

b. Para balizar o que seria um cachê, a tabela da Ordem dos Músicos já seria uma excelente referência. Se o show não chegasse a uma hora, que se pagasse uma parcela disso. Os festivais, porém, optaram por uma sub-remuneração: o piso em alguns desses festivais variava de R$ 500 a R$ 1.000 POR BANDA, e não por integrante. Sei porque me foi oferecido por um desses festivais e eu recusei: não fazia sentido, após 3 anos de atuação em festivais, sair do Rio para o Nordeste nesses termos e tocar por menos de meia hora.

c. Os festivais apostavam no gigantismo para se cobrir de números de powerpoint, e esse modelo tinha que ser revisto para ser sustentável. De que adiantava ter 50 bandas, se a maioria delas faria shows de 20 minutos? Seria mais interessante ter menos bandas, avaliadas por uma curadoria competente, até para ter sentido o esforço de pagar-lhes as passagens e o cachê. 

d. Se fosse para manter os números, o mais correto seria valorizar os artistas da vizinhança, os quais não precisariam de hospedagem nem de passagens, mas que ainda assim teriam que ser remunerados de alguma forma.  Só que, para fins de criar a rede, era importante se aproveitar do voluntarismo típico de bandas jovens de rock, que topavam arcar com o prejuízo em seus inícios.

Era preciso juntar dezenas de bandas, de forma que elas ficassem o mais anônimas possível. As que agregavam valor (brasileiros mais estabelecidos e gringos de qualquer nível) recebiam cachê e não precisavam se horizontalizar. 

Sim, Capilé apenas fazia o branding do Fora do Eixo, travestindo-o de política cultural coletivista e hoje, em última instância, de movimento social. O Fora do Eixo é tão movimento social quanto o TelexFree.




4. Mais sobre o projeto de aniquilação do novo artista em nome do branding

Por isso, faz total sentido comparar o relato de Beatriz Seigner, primeira denunciante contra o Fora do Eixo, com o de Rafael Vilela, um dos primeiros membros-defensores do Fora do Eixo:

Beatriz diz: 

O susto veio (..) porque o Pablo Capilé dizia que não deveria haver curadoria dos filmes a serem exibidos neste circuito de cineclubes, que se a Xuxa liberasse os filmes dela, eles seguramente fariam campanha para estes filmes serem consumidos pois dariam mais visibilidade ao Fora do Eixo, e trariam mais pessoas para ‘curtir’ as fotos e a rede deles – pessoas estas que ele contabilizaria, para seus patrocinadores tanto no âmbito público, quanto privado. “Olha só quantas pessoas fizemos sair de suas casas”. E que ele era contra pagar cachês aos artistas, pois se pagasse valorizaria a atividade dos mesmos e incentivaria a pessoa ‘lá na ponta’ da rede, como eles dizem, a serem artistas e não ‘DUTO’ como ele precisava. Eu perguntei o que ele queria dizer com “duto”, ele falou sem a menor cerimônia: “duto, os canos por onde passam o esgoto”.  

Rafael, em defesa do FdE, descreve seu trabalho: 

Nesse bolo todo assumimos um processo radical de autoria coletiva das imagens, por entender que não é impossivel, no processo criativo da fotografia e do jornalismo, entender qualquer atividade como ação individual. Quando estamos documentando qualquer pauta, chegamos com um ponto de vista que é fruto de nosso contexto (...). A empatia com os fotografados, suas histórias e suas vidas é sempre um encontro de dois mundos, dois grandes indivíduos em diálogo, cada retrato tem 50% do fotógrafo e 50% do fotografado. Ainda, a edição, escolha do material final e difusão envolvem dezenas de outras pessoas. (...) Como, então, imaginar uma fotografia, fruto do nosso encontro com o mundo, pertencente a uma pessoa só, sozinha? Quando nada é de ninguém, tudo é de todos e a gente voa. 


Acho que Rafael nunca imaginou que, para o mesmo Pablo Capilé que vê valor num filme da Xuxa, eventuais exposições de Bob Wolfenson, Sebastião Salgado e Evandro Teixeira nas casas Fora do Eixo JAMAIS seriam tratadas como a Casa Fora do Eixo o ensinou a tratar a própria produção. 

Rafael é apenas mais um cavalo no qual o Fora do Eixo monta - exatamente como era o Macaco Bong na música. 




5. O case Macaco Bong



                                         O trio Macaco Bong, com Kayapy à frente


O Macaco Bong, banda de Cuiabá, era o conceito ideal de artista para Pablo Capilé, como pudemos ver no vídeo postado acima. Repare que há um claro discurso entre o artista "preguiçoso" e o artista atuante, que tem algo a trocar além de sua arte. 

Como se no Brasil não houvesse um número imenso de artistas que trabalham em outras ocupações para pagar suas contas, Capilé vendeu a ideia de que todo artista que não trabalhasse 100% na rede que ele conduzia estava em casa esperando o convite para se tornar milionário. Muita gente comprou esse discurso.

O Macaco Bong era o ideal. Uma entrega total ao conceito de rede. Davam 100% do cachê ao FdE, moravam na Casa Fora do Eixo de SP, faziam direção de palco e pilotavam mesa de som nos festivais em que iam também para tocar. Eram o cavalo Sansão da "Revolução dos Bichos", de George Orwell, que dizia "Trabalharei ainda mais" em nome da ordem mantida pelos porcos-chefes. E ganhava em cards.

Quando eu comecei a criticar publicamente o Fora do Eixo, Bruno Kayapy, guitarrista e principal figura da banda, me deixou claro que eu era o inimigo. "Ou tá com nóis ou não tá, a parada é assim, mano, e se não estiver, acabou, é guerra", me disse ele quando tocamos no Festival Mundo, de João Pessoa, em 20 de outubro de 2008.



Mas o tempo passa e as circunstâncias mudam.

Leia o que Kayapy disse aos repórteres Amauri Stambowski e Mateus Potumati, da revista Soma, em abril deste ano:



Você passou por problemas de saúde sérios nos últimos anos. Como isso se refletiu na banda?

Em 2009 eu tive um distúrbio intestinal e surgiu um tumor. Tive que ficar seis meses sem tocar, um bom tempo internado. De certa forma virou um tabu, porque naquela altura, se saísse uma noticia dessas, seria muito perigoso para a imagem institucional do projeto. Eu estava altamente magoado por ninguém ter ido me visitar no hospital e se eu falasse naquela pegada de rancor poderia acabar prejudicando até mesmo o processo de mudança do Macaco Bong. Eu também era muito novo, não cuidava da minha saúde direito, a gente fumava muito, bebia muita Coca­Cola, não bebia água direito, era muito louco. O bagulho era assim: se o trago do cigarro tava bom, não dava dor no estômago, ok, era hora de sentar e trampar. Quando batia aquela larica, cada um ia lá, pegava um copo de Coca-Cola e acendia outro Marlboro e voltava a trampar. Quando batia aquela mega fome desgraçada, a gente ia na esquina comer, fumando um cigarro, comia uns salgados e voltava fumando outro cigarro. Só dá para fazer isso enquanto se é jovem. Porém hoje eu tenho uma rotina mais saudável, minha qualidade de sono é melhor, tive que educar radicalmente minha alimentação após a retirada do tumor. Felizmente deu tudo certo, sem riscos, sem sequelas. (íntegra aqui)



Na mão do Fora do Eixo de Pablo Capilé, a arte perde seu valor subjetivo e vale apenas por sua utilidade. Doente, Kayapy, o músico da banda mais importante do cenário que ele vislumbrara, não merecia nem uma visita. 


EM TEMPO
No último domingo, (11 de agosto de 2013), Bruno Kayapy decidiu deixar claro em sua página no Facebook, a quem interessar possa, que sua banda não tem mais qualquer laço com o Fora do Eixo. 

Num próximo artigo, falaremos mais das políticas culturais perversas e parasitárias de Pablo Capilé e o Fora do Eixo.














60 comentários:

Anônimo disse...

O Macaco Bong deveria ter saído enquanto ainda era uma banda, antes que o FDE destruísse tudo.

Anônimo disse...

essa postura maniqueísta do FdE de que "vc não esta conosco , está contra nós" é tão engrandecedora quanto a posição do ex presidente dos EUA lutando contra o dito "Eixo do Mal".

Nem relógio trabalha de graça... Não sou músico, sou público e quero ver a banda que estou assistindo vivendo da própria música, mesmo com pouca grana.

Vitorhugo disse...

eu só acho engraçado que o cara que fez o artigo seja tão ligado as imprensas rede globo...

Anônimo disse...

qual o problema de trabalhar pra Globo? Isso já quer dizer que ele é safado? O que a gente quer é preto-no-branco. FdE tá devendo muita explicação e se enrola no próprio discurso.

Anônimo disse...

Sempre tem um sujeito que começa a viajar dentro do contexto (VitorHugo). Fio, não misture as coisas, não viaje. O cara trabalhar pra globo nada tem a ver com o que rola com o fde.

Anônimo disse...

Na defesa que faz do FdE o tal do Rafael Vilela fala "Quando nada é de ninguém, tudo é de todos e a gente voa." (?) Está se referindo a cu de bêbado?
Pro rapaz que assina Vitorhugo: o que seria as "imprensas"? o imprensa que eu gamo?
Não é pra levar a sério, ou devemos nos preocupar com a relevância que estão dando à burrice dos "coletivos" que o estado banca?

Anônimo disse...

Acho este tipo de comentário do Vitorhugo um exemplo de quem não tem nada para dizer e pouco sabe do que realmente acontece. Deve ser mais uma ovelhinha cegueta. Prefiro trabalhar na Globo, que valoriza o bom profissional e paga salário, do que fomentar algo que rouba meu trabalho descaradamente. Se você tem medinho da Globo, você não conhece estes caras.
Aliás, vc chegou a ler o que Capilé fala da Xuxa? Se liga.

Nilson disse...

não gosto do discurso dessa pessoa. Tenho um banda e trabalho de forma independente, produzimos os cds e os shows de forma digna.

Alberto de Araújo Silva disse...

O Mídia Ninja, Torturra (Ninja Tortuga) disse no ROda-Viva que veio da Rede Globo, era roteirista.

Trabalho é pago.
E o Brasil não vai pra frente por conta da brotheragem...

Anônimo disse...

O Torturra nao trabalhava pra Globo tb?

Panda Lemon disse...

o mundo infestado de capilés

Anônimo disse...

Tá na hora de rolar uma CPI sobre o Fora do Eixo e a Mídia Ninja. Os caras estão usando dinheiro público pra fins particulares.

Anônimo disse...

comunistinha safado

Anônimo disse...

comunistinha safado

Kildery disse...

O Torturra (Mídia Ninja) trabalha pra Globo também (escreve roteiros pro "Esquenta", que vai ao ar na "excelente programação dominical" da "Grande Mídia"), então esse argumento do Vitor Hugo cai por terra. Já o Pablo Capilé, esse dispensa maiores comentários... deveria estar preso!

Anônimo disse...

Sensacional texto. Tive banda independente tocando no Calango, Ruído e Grito. É ótimo ver um texto, depois de tantos anos, falando o que eu e minha banda percebíamos claramente. Hoje toco na noite carioca e o único orgulho que tenho, depois de ter tocado em 500 desses festivais ridículos foi ter sobrevivido e continuado músico. Amo minha profissão e ver um cara desses falando sobre remuneração me faz lembrar uma passagem de volta Cuiabá-RJ que nunca pagaram.

Fred disse...

Espero que esse alvoroço todo sirva para os patrocinadores desses eventos tomarem uma atitude quanto a exploração do principal produto que são os artista, afinal em um festival cuja as atrações são bandas de música como é muito estranho que não recebam nada, Capilé é tão corrupto quanto qualquer político pelo qual protestamos nas ruas. Macaco Bong era muito bacana e a única coisa que estragava era a FDE espero que agora lance um disco com o nome Artista igual Artista.

Anônimo disse...

Vendo toda essa polêmica,vejo que tem algo de muito podre com o FdE.Desconfio que Capilé e seus comparsas desviam verbas e tem Ferrais em Cuiabá.

Anônimo disse...

O maluco trabalha na Rede Globo e quer falar dos outros ... me poupe.

Anônimo disse...

Esse Capilé Símio vai sumir de cena já já.

danielffb disse...

1)Ora, trabalha pra Globo( Folha, Estadão, Veja,etc.) quem quer. Não tem problema algum nisso. )
2)Ora, o músico é obrigado a tocar no festival de graça,ameaçado de vida? É? "Não, não é..."
"Ah, bom, então tá..." Fazer sucesso no Brasil ofende. "Aqui se sussurra o elogio e se grita o palavrão". Bom, se as críticas contra esse rapaz forem essas...é melhor investigar outra. Se for essa a lógica que fundamenta a crítica, hummm.... Minha amiga foi figurinista da Globo, trabalhava pra caramba e recebia um salário de bosta.... aceita quem quer, quem pode. so what....

Anônimo disse...

Meu nome é Rodrigo e já tive passagens com minha banda pelo Fora do Eixo...

Tocamos 2 vezes, a primeira tocamos já comum público próprio da própria cidade, o que deixou os organizadores sem entender como uma banda de SP já possuía público em MS, sem que a mesma pertencesse ao FDe.

Na segunda vez, fomos devido a uma campanha organizada por uma rede social e vimos como tudo realmente funciona, ao fazermos contato com pessoas ligados diretamente ao Fde.

Naquele ano, 2 pessoas nos disseram toda a real, que o esquema era pegar todo o dinheiro arrecado em 4 anos e ir vir para São Paulo, pois, o que sempre faziam era pegar um "laranja" e usar o nome do mesmo para obter toda a grana dos editais...

Não deu outra, no ano seguinte, "alugaram" aquela casa em SP, junto com os carros, tudo financiado pela colaboração dos artistas que tocavam em troca do KIT MENDIGO.

Até hoje minha banda não recebeu o cachê do Calango 2007.

O Fora do eixo é uma farsa, começando pela intenção que sempre idealizaram Fora do Eixo (Rio/São paulo) mas viram a oportunidade aqui...

Em breve isso vai acabar, as bandas só precisam lebrar que existem e não precisam de dinheirinho de mentira para fazer o que amam

Alexandre Luckenzy disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alexandre Luckenzy disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alexandre Luckenzy disse...

Para o mané que desqualifica um texto só pelo motivo do local de trabalho do denunciante, só digo uma coisa: continue pensando assim, nós aqui podemos imaginar que você é o tipo de sujeito que entra no Habib's só para falar mal do McDonalds.

Edy Star* disse...

..no vídeo (1:53) Capilé pergunta: 'quem conseguiu organizar uma panela desse tamanho?', precisa resposta?? .Eu sempre pensei que eram 10 espertalhões se aproveitando de um milhão de ingênuos... Basta ir a uma das 'festinhas' do tal coletivo y sentir a barra...

Starblood335 disse...

Queria deixar um comentário e um pedido.

Comentário é que não acho errado uma banda trampar de graça contanto que o produtor também trabalhe de graça e deixe as contas abertas.

Pedido, dá pra fazer um texto resumindo os fatos pois pra quem como eu pegou o bonde andando tá difícil de entender...

Anônimo disse...

O mesmo ocorre com Vanguart,,, quando pensar em Macaco Bong,,, Essa política de não pagar cachê vem desde 2001 em Cuiabá-MT, ele colocou todos os musicos (sem cerebro) da cidade para trabalharem gratuitamente em prol de um movimento (que ele denomina cena local) que só beneficiava ele e mais uns 3, enquanto bandas trabalhavam de graça ele revertia todos os intercambios para a banda Vanguart levando somente eles a midia... depois que Vanguart conseguiu seu lugar continuaram arrancando verbas municipais e estaduais através da manipulação local dos conselhos municipais e estaduais (diga-se se de passagem se procurar bem vai encontrar a Prefeitura de Cuiabá cedendo verba para gravação do disco do Vanguart mesmo eles ja tendo mídia e dinheiro pra isso enquanto as outras bandas - coitadas - não tinham seus projetos se quer indo a julgamento)... Tem muito políico, procurador, secretário de cultura, e outras verbas envolvidas nisso,,, ele nunca pagou ninguem desde o principio... Esses eventos que ele diz mudar o brasil aqui contam com meia duzia de pessoas no evento... A Cufa de MT também arrancou uma grana violenta estando mancomunada com o Sr Pablo,,, Central Unica da Favelas o caralho...

Anônimo disse...

Tocar de graça através do FdE (fode?) utiliza o mesmo argumento que o gerente de vendas que te dá um plantão sem te pagar sequer um lanche e a condução, prometendo que vais ganhar muita comissão depois desse sacrifício, e você perde um fim de semana de praia com a namorada enfiado num stand pra vender um apartamento na planta, ou um plano de saúde, um seguro, um carro indiano de marca estranha, etc, etc, etc, e neca de vender merda nenhuma. Eles também pegaram a tática dos pastores de algumas igrejas, que prometem o paraíso na terra em troca do dízimo (doe-se irmão, toque de graça), quer dizer, a banda toca sem receber, gastando do próprio bolso (é investimento, claro, nê?) pra esses PuTos arrecadarem grana do Tesouro que se alimenta de nossos impostos, quer dizer não inventaram nada, o sete hum direto agora é... coletivo.

Anônimo disse...

Pra quem acha que muda algo, O Fora do Eixo tem ligação com a Globo sim, o mais simples é fazer uma busca no globo.com .Entrevistas e propagandas de quem diz que foge da "grande" mídia.

Anônimo disse...

O FdE lembra uma grande fabrica chinesa, produzindo muita coisa descartável, sem o mínimo de qualidade, a preços muito baixos, às custas do respeito ao trabalhador (artistas) e às leis trabalhistas.

PF Bom disse...

O artista tem que entender que sua musica é trabalho. Ninguém pode trabalhar de graça muito menos pagar para trabalhar. Muito produtor usa a "estrada" do artista pra fazer com que ele trabalhe de graça. Cabe ao artista ter cabeça e ver que essa postura "voluntária" quebra o mercado e só prejudica a categoria.

Anônimo disse...

"Quem conseguiu uma panela com isso?"

Que pachorra! Toquei, acompanhei e posso citar vários nomes! Todos os produtores dos festivais de várias cidades colocavam suas bandas pra tocar naquelas panelas. Que me lembro assim de cabeça Fabricio Nobre de GO, Anderson Foca do RN e muitas figuras que já mamam das velhas tetas dos editais públicos há tempos, e tinham o mesmo discurso. Hoje cada qual ficou com sua fatia e ataca de empresário de música, brincando de músico e promovendo 1 ou 2 bandas que gravam em seus estudios. Muitos devem ter sofrido e ainda sofrem! Falcatrua nacional e vergonha!


, bandas que gravam em seus estudios e eles "escambam"

Anônimo disse...

O cara teve/tem banda, ja paricipou ativamente da cena, sabe como esta rolando o "esquema" dos festivais e pôs a boca no trombone velho...nada adianta falar em rede globo(que nunca prezou o verdadeiro valor do artista) e sim falar no que acontece com a cultura atuante...o FDE atua em quase todo brasil, e como diz um amigo "Pra entender a cena, tem que fazer parte dela..." Antes de defenderem o criticarem procurem informações sobre o que realmente acontece na cultura brasileira...

Moa Peraccini disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

muito bom o texto

Anônimo disse...

Se estar contra é guerra, então é guerra!! Quero ver o fim desse maluco!

Anônimo disse...

Trabalhar para a Globo É SIM um problema!

Rômulo Collopy disse...

Fantástico, Fred
Tenho orgulho de ter produzido o Macaco no RJ e tenho maior carinho pelos caras. Artista é igual a artista.

Unknown disse...

Arauto da imparcialidade!
Uma coisa não podem falar, que ele obrigou alguém a ir tocar de graça. Ele fez tudo na lábia e todo mundo caiu.
Porque não é mentira o que ele diz, faz sentido no meio dessa busca egocêntrica por fama e reconhecimento onde o negócio, o show business, se tornou maior do que a arte. Onde no final das contas a arte é a última coisa que importa. Importa mais o cabelinho diferente do vocalista, as roupas "da hora", o "style", a produção, e com isso se formou uma legião de gente achando que era artista. Ele capitalizou os anseios da multidão de pseudo artistas. Isso tudo não teria problema até todo mundo saber do dinheiro da petrobrás. Aí a casa caiu, ele agora é culpado. O herói dos pseudos virou judas. No roda viva a pergunta mais interessante foi: " qual banda o FDE revelou?" Resposta: nenhuma. Óbvio, como o Márvio mesmo disse: não há curadoria, não há critério. Isso é o mesmo que dizer: qualquer um toca.
Na verdade todo mundo que participou é culpado. todos buscaram alguma coisa ali, centenas de pseudos, dezenas de artistas, famintos, ávidos por espaço pra tocar. Ele de forma genial viabilizou isso tudo, e tirou benefício próprio, ou não, o julgamento ainda não aconteceu.
Agora muitos se sentem lesados, como se não tivessem conseguido sucesso porque o FDE ganhou 600.000 e não deu um tostão a eles.
Capilé está errado? Lembrem-se, o sistema que vivemos é o capital+ismo. Um sistema fundamentado no capital, na grana. E todos nós, incluindo o acusado, somos isso, capitalistas selvagens.
Capilés, Malufs, Malafaias, Macedos e Sarneys somos nós, em diferentes níveis de uma coisa que diferencia os seres "humanos": consciência.

Anônimo disse...

quanta política, quanta falácia... e nenhuma banda que tocou foi paga. As bandas deveriam ter uma postura igual aos dos transexuais: não pagou, cai pra porrada kkkkk ou muda de profissão vai ser pintor de parede.

Anônimo disse...

"artista = pedreiro", na minha concepção, deveria ser uma forma de valorizar o profissional da construção civil, não de diminuir o artista. porque aí, é de um preconceito enorme com o pedreiro.

quando você chama um pedreiro (=artista) para reformar seu banheiro (=fazer o show), você oferece alimentação e comida e espera que ele arque com o material (=arte), o frete (=frete), a retirada de entulho (=viagem de volta) e não receba pela mão de obra (=sem cachê)? "ah, se o pedreiro topou essas condições, só pelo gosto de ver o banheiro reluzindo (=arte acontecendo), pode. os seus amigos (=rede) vieram, mijaram, cagaram, curtiram aquela realização, vão até querer chamar o pedreiro para reformar de graça para eles". mesmo que no fim, o banheiro (=crédito da produção cultural) é oficialmente seu (=FDE) e quem quiser saber o nome do pedreiro precisa te perguntar.

então tá. então pode. já que artista é igual a pedreiro, tenho uma música pra esse artista:

http://youtu.be/fOQ78QpFsds

Sylvio de Alencar. disse...

Tem muito médico bom trabalhando para o SUS. Uma entidade não define capacidade.

Sylvio de Alencar. disse...

Tem muito médico bom trabalhando para o SUS. Uma entidade não define capacidade.

Gustavo Berocan disse...

Incrível como os comentários não diferenciam esse daquele festival. Parece até que é tudo a mesma coisa. Mas quais eram as práticas entre os festivais antes e depois do Fora do Eixo? E qual o motivo do fim da Abrafin, com a saída de festivais de longa trajetória? Gostaria ver depoimentos dos festivais que abandonaram a Abrafin quando o Fora do Eixo tentou dominar a associação. Triste ver como eles bagunçaram o mercado e queimaram o filme geral.

Anônimo disse...

Viver de arte no Brasil é para muito poucos e, por isso mesmo, tá cheio de "visionário" querendo te "ensinar" o caminho das pedras. Esqueça! Controle seu ego, sua vaidade e toque, componha, escreva ou filme para você e para uns poucos que gostam do que faz.

Que se danem o público, os agenciadores, o FdE, ou o jabá. Eles só prosperam porque muitos têm a ilusão que vão viver de arte.

Rubens disse...

Como se dizia na época que eu tocava por aí, "fim de festa, músico a pé".

Anônimo disse...

Não vejo nenhuma incoerência no discurso do Capilé. Entra quem quer num esquema alternativo como esse, e também sai quando quer. Tenho muita admiração e respeito por pessoas criativas e corajosas como ele. Deise Lessa

Claudio Kuarup disse...

é sempre assim, os músicos empre tomam na cabeça nesse Brasil, é jabá, corrupção nas secretarias, patrocinios pra quem não precisa, etc. E depois não sabem pq a música brasileira caiu tanto nos últimos 30 anos.

Anônimo disse...

desde quando a globo é um exemplo de oposição ao PT
só para ter uma idéia essa semana estavam Regina Casé, Criolo e Leci Brandão no mesmo programa de auditório na rede globo
qualquer um sabe de quem eles são companheiros e eu não estou falando do Capilé....que diga-se de passagem também é
informem-se

Anônimo disse...

Sabe o que é mais interessante, Vitorhugo: o Bruno Torturra, da mídia NINJA, disse no Roda Viva que trabalhava para a Globo, escrevendo roteiros para o programa da Regina Casé. Você ficou chateado com ele?

Hum...

E ficou chateado quando descobriu que ele por ANOS foi um dos mais assíduos repórteres da Trip, que sabidamente remunera mal seus colaboradores e ainda replica o conteúdo que eles produzem em revistas customizadas, tipo a revista da Gol Linhas Aéreas ou, sei lá, do Shopping Cidade Jardim.

Você fica magoadinho se alguém trabalha para se sustentar, ainda que seja para "as forças do mal"? É do tipo que critica o Tom Zé por ele fazer propaganda pra Coca-Cola?

Então vamos do começo. Só pode falar sobre o Fora do Eixo quem não ganha dinheiro, é essa a sua opinião? O Capilé então é o primeiro a ter que se calar. Vixe, e agora?!

Outra coisa, querido: você só vê a ligação do cara que escreveu com os óculos da ocupação dele. Esqueceu de considerar que ele se apresenta como músico e poeta. Isso pode, na sua opinião ilustrada? Ou só pode se ele não ganhar nada com essas ocupações. Ah, tá, então é assim: artista deve passar fome, quem ganha grana é canalha. Você acha engraçado isso?

Presta atenção, ou ao menos seja coerente. E mais uma coisa: o que o Destak tem a ver com a Rede Globo? Será que você tá vendo assombração?

Beijos pra você,
Mariana SP

Unknown disse...

Quem trabalha de graça??? Novatos ou não quem trabalha, tem que ganhar!!! Só vai nestas de seguir um idiota deste gente burra ou otária!!! Aqui no Brasil, chegam a realizar festivais, que não passam de arapucas para trouxas, onde você paga para tocar, ainda tem que vender os ingressos para quem realiza o festival, que nada fazem e ainda lucram um montão, enquanto isso, os músicos que muitas vezes querem mostrar seus trabalhos, pagam pela viagem, alimentação e hospedagem, sem ganhar NADA!!! Ai aparecem uns malandros tipo Capilé querendo roubar a quem trabalha!!! Quem não tem talento, deveria apenas ser critico de arte, já que nada entende de arte!!!

Anônimo disse...

Ninguem ainda falou dos grupos de teatro também. Tudo o que se falou a respeito das bandas e das exibições de videos e filmes eu repasso para as produções e apresentações de peças teatrais.

Anônimo disse...

Onde o Bruno Kayapy declarou que o Macaco Bong não está mais no FDE? Procurei na página dele e não vi.

Anônimo disse...

A partir do momento que um festival entra na "abrafin" ele não pode mais se reclamar de independente...Então os diretores de festivais são estúpidos ou querem dinheiro publico!!

Anônimo disse...

e mais fácil atacar quem trabalha e tanto faz o local, do que achar argumentos plausíveis para defender pablo capilé, me desculpem seus seguidores, mas estão todos de olhos vendados, manipulados facilmente por uma mente ágil e larapia. já apoiamos um de seus festivais e o que recebemos foi um calote muito grande. ass: quem passou boa parte da vida vendo a família unida trabalhando duro num comércio e a outra parte da vida dando duro neste mesmo comercio. pessoas como esse pablo se acham superiores, acham que e obrigação do resto dar tudo de graça.

Anônimo disse...

Do Facebook do Bruno Kayapy, líder do Macaco Bong, a "banda ideal" do Fora do Eixo:

"Tenho uma pequena nota pra esclarecer para alguns que de repente ainda não compreenderam como se encontra o Macaco Bong em termos de carreira e o momento dela hoje:

{...} = 2 itens sobre saida de integrantes.

(3) O Macaco Bong já não vinha tendo e não possui absolutamente NENHUM TIPO DE VINCULO com o FORA DO EIXO desde que eu me desliguei do processo da rede entre 2009/2010."

Depois ele escreve em outro post:

"Faltou deixar claro também que não é nada complexo,autentico ou erudito demais entender o processo da Rede...alguém aí sabe o que é um Cabresto,ou um arreio de bride ou uma Pestana de égua?... é simples...

Quem fica no processo é porque se rende ao cabresto.
se sairem dali vão pra onde,fazer o que da vida? e esse é a nova cara do PROJAC e Nunca Será a nova cara da Música Brasileira."

Não sei se está público, pois sou amigo dele. Mas taí pra quem queria saber sua posição.

Anônimo disse...

A primeira vez que vi esse Capilé discursando sobre as idéias dele, vi que era um miguelão.

Anônimo disse...

Sou músico e nunca toquei n em festivais do fora do eixo,porque não achava um bom espaço para divulgar meu trabalho. a pergunta que fica é PORQUE,SABENDO DAS CONDIÇÕES VOCÊ TOCOU?? ALGUMA VEZ TE PROMETERAM UMA COISA E FIZERAM OUTRA?? ENTÃO DEIXA DE SER OPORTUNISTA!!!OU SERÁ QUE TÃO TE PAGANDO CACHÊ PARA ISTO???

Ogro disse...

Realmente muito triste todos esse fatos que estão vindo à tona sobre o FdE. Ainda não consigo entender como um grupo de pessoas se propõe a organizar festivais de música quando na verdade não dão nenhum valor à música ou aos artistas em si.