A João Paulo Cuenca
Órbita emoldurando o caos, assim
Era o Tempo no princípio.
Caminho que a si mesmo percorria,
Corcel arisco a lacerar os céus
Sem piso algum, tocando a própria sombra,
Capaz de ir até quando voltava,
Como o senhor de um só e contínuo Instante.
Deus viu nele a matéria e lhe extraiu
A costela da qual esculpiu o Homem,
Fazendo-os pelo Instante combater:
Um, arrogante e novo, o quer eterno,
Mas o outro, rei deposto, o quer de volta.
Não haverá vitória, diz a regra
Da disputa.
A humanidade é a erosão do Tempo,
A consumir tudo que mais lhe falta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário