11.9.04

Carne

Não pretendo a dimensão do espírito,
Não me pertencem mente nem mentira.
Aceito-me carne, e meu corpo dá limites
À imensidão do Universo.

Na larga estrada do caminho eterno,
Sou a placa que avisa o quilômetro
Em que tomei do Tempo o tempo que era meu
(Por isso usamos lápides).

Sou táctil, espesso e licoroso,
Como o amor realizado.

Sou carne e, de tudo que sou, descendo.

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