Moça diante de esmeralda
Ela busca um reflexo na pedra.
Precisa ver-se de um jeito novo,
rico e diferente.
Carrega sobre os ombros o peso de uma idade
Deixa sob os pés uma cidade já distante
Chegou aqui faz tempo, e nada achou que parecesse
aquilo que buscava.
Anda acompanhada pelos muitos estranhos dessa estrada
Não sabe o nome deles, mas suas intenções são
– ocasionalmente –
Boas, e isso lhe bastava.
Mal-tratada pelos que conhecia,
Cansou-se, e foi viver de solidão.
Sozinha descobriu-se maior que este planeta,
Longe descobriu-se plena de si mesma.
E plena e só descobriu-se sem sentido,
Como uma Bíblia sem cristãos.
Por isso,
Continua diante dessa pedra, estática,
À espera dum reflexo, duma opinião de pedra,
Que sem hesitação lhe diga
“Sorri, moça; ainda continuas
Linda.”
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