7.5.02

Soneto do Amor tal qual ele é
(para Aninha)


Quando olhar para mim, jamais procure
O homem perfeito. Tente achar primeiro
Alguém que se dedica por inteiro
Para que o nosso amor muito perdure.

Que ninguém um amor eterno jure,
Porque o Tempo é do mundo o bom coveiro
Que enterra (de costume e sorrateiro)
Sentimentos, até que nada dure.

Pois tudo está entregue à própria sorte;
Se não termina aqui, finda na morte
E até quando os seus dias serão meus?

Não importa. Se o fim é inevitável,
Façamos desse amor algo agradável
E um eterno adiar-se desse adeus.

(em fev/1997)

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